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Keep the dream alive!
Hoje, senti-me pequena. Senti que a vida às vezes nos escapa por entre os dedos e aí deixamos de pensar com razão e começamos a acreditar e a rezar com todas as forças.
Foi no sábado à noite, quando vinhas de uma festa, que foste de mota para casa. Mas não chegaste. Não chegaste porque pegaste numa moto quando já não devias e por isso, um carro foi embater em ti.
Agora, não estás na escola, como era suposto e sim no hospital, numa luta com a morte, e apesar de já teres acordado, sei que a recuperação será mais que difícil.
Na escola és motivo de conversa. Nas filas da cantina, nas aulas, nos intervalos e nos corredores. Todos falam de ti com uma facilidade assustadora e é tão fácil julgar-te.
Há uns que conseguem dizer que foi bem feito. Falaram-me das mais que muitas quedas que já tinhas dado. Dos braços e das pernas partidas e da tua irresponsabilidade como condutor. Disseram-me que antes tu que um peão inocente.
Outros falaram das circunstâncias e disseram que, apesar de tudo, tinham mais pena de ti quando não sabiam o teu estado ao conduzir.
Eu, sou das poucas que não se atreve a julgar-te. Não consigo dizer que foi bem feito, quando tu estás deitado numa cama, com a vida em suspenso. Não consigo julgar-te quando sei que és um jovem como eu e que talvez por causa de uma noite, não conseguirá tornar os seus sonhos em realidade. Não consigo julgar-te quando vejo os teus amigos sorrirem de felicidade por descobrirem que abriste os olhos, ou sorriste pela primeira vez.
Porque apesar do que dizem, por trás do míudo tonto e irresponsável está uma pessoa normal, com sentimentos, sonhos, alegrias e tristezas. E afinal será justo pagar uma vida pela irresponsabilidade de uma noite?
Nunca falei contigo. Nem deves saber que eu existo. Lembro-me de te ver chegar com o capacete debaixo do braço. Mas não me lembro de mais. Lamento que tenha ficado a saber do teu nome por estas razões .
Penso na tua família e nos teus amigos mais chegados e nem imagino na angústia que estão a sentir.
A única coisa que posso fazer é dizer-te que contas com o meu apoio e espero pelo dia que em entres novamente pelos portões da nossa escola.
FORÇA GUTERRE!
[sim, isto é verdade]
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